quarta-feira, 27 de maio de 2009

IndieLisboa 2009


FITZCARRALDO, de Werner Herzog

Dizer que este é um dos filmes mais épicos que já vi é pouco. Até porque tem uma cena dum barco a subir uma montanha...

A história até é simples: um excêntrico ex-milionário apaixonado por Caruso tem o sonho de vir a construir uma grande ópera em plena Floresta Amazónica. Para isso, parte numa demanda, Rio Amazonas acima, em busca do negócio da borracha, de forma a ganhar o suficiente para realizar o seu sonho de vida. E o filme é basicamente sobre isto: o lutar tudo-por-tudo para realizar um sonho (bom, nem que para isso se tenha de pôr um barco a subir uma montanha...)

Os desempenhos dos actores são irreprensíveis, Klaus Kinski tem uma interpretação brilhante, a transpirar loucura e megalomania, e Claúdia Cardinale, bom, aparece (já é suficiente).

A realização é muito boa e a produção é qualquer coisa do outro mundo: centenas de índios, muitos quilos de árvores movidas, óptimas cenas num barco a cair de podre, orquestras, muita música, suor e loucura. Este filme é todo ele enorme e, sem “spoilar” grande coisa, não poderia acabar de forma não menos grandiosa do que com uma grande orquestra no tal barco a cair de podre, a tocar uma belissíma ária pelo Rio Amazona, com as margens carregadissímas de índios em êxtase...


BUSTER KEATON - Sherlock Jr.

Buster Keaton já é bom de ser ver em qualquer formato, estação do ano ou estado emocional. Mas ainda por cima ver Buster Keaton musicado ao vivo por dois músicos de jazz é ainda mais positivo. E, a acrescentar a tudo isto, ver Buster Keaton no IndieJunior numa sala repleta de crianças ainda é mais genial!

Onde as piruetas do Mister Pamplinas se misturam com as gargalhadas inocentes dos putos, a genialidade da obra dum dos mais criativos actores e realizadores de sempre se perde pelo seu olhar inexperiente. Mas não faz mal, eles divertem-se à mesma. Mas além desse divertimento despreocupado (que é óptimo!), Buster Keaton oferece-nos uma realização arrojada, repleta de cenas de acção muito à frente do seu tempo: perseguições, peripécias perigosas sem duplos (neste filme chegou a partir o pescoço) e muita comédia de alto nível.

Em relação à parte sonora, esta foi deixada a cargo de dois excelentes músicos, António Pedro e Felipe Rocha, que, desde percussões, teclados, guitarras e apitos vários, reproduziram barulhos e vozes (a relação e entre putos e intertítulos não funciona muito bem...) na perfeição.

E não me venham dizer que Chaplin é o rei da comédia muda... (o pessoal do “The Dreamers” tinha discussões parvas!)


Para terminar, outro dos filmes que fui ver, "Tony Manero", apesar da premissa interessante, revelou-se como uma grande desilusão. Supostamente seria um drama sobre um psicopata fanático pela personagem do John Travolta em "Saturday Night Fever", mas revelou-se como apenas um filme bastante medíocre. Apesar de mostrar de forma crua uma realidade pobre e suja da América Latina, a narrativa torna-se bastante empastelada (por vezes picuinhas e sem qualquer tipo de interesse) sem aproveitar o fulgor que a "plot" do filme poderia prever.

De resto, bons filmes, e deixo os outros comentários sobre o festival para o Nuno...trabalha pá!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Passatempo "Deixa-me Entrar - Let The Right One In"

Este passatempo é para participar, pessoal!

Lamento estar a dar opinião, mas gostei imenso deste filme. Vencedor de um prémio no IndieLisboa '08, bem como de perto de meia de centena de outros prémios em festivais pelo mundo fora, "Deixa-me Entrar" é uma maravilha do cinema independente.

Como queremos partilhar o filme convosco, participem no nosso passatempo aqui, e levem um protector para o pescoço... nunca se sabe quem está atrás de vós no cinema.

Já mencionei que gostei imenso deste filme?

terça-feira, 5 de maio de 2009