quarta-feira, 21 de outubro de 2009

DOCLISBOA :: Videomappings


Videomappings: Aida, Palestine (de Till Roeskens)

Esta é uma obra com um conceito muito interessante: a câmara como folha em branco, como instrumento à espera de ser usado e preenchido. Passo a explicar: o filme é narrado por habitantes dum campo de refugiados perto de Belém, na Palestina, sendo esta narração a forma de contarem as suas memórias do campo, as suas vivências e relações. Ora, à medida que se vão relembrando da sua casa, da sua rua e das "tropelias" com o exército opressor, vão desenhando até reconstruir, na própria tela que nos é mostrada, essas mesmas lembranças. Como diz a sinopse , "o ecrã é uma folha de papel branca que vai sendo magicamente preenchida por linhas: uma casa, um soldado, uma bandeira, um tanque, um muro intransponível (...) passo a passo, entre um desenho e outro, descobrimos o campo de refugiados e um modo de vida". Modo de vida esse, constituído por tantos pormenores alheios à nossa realidade - uma criança a mostrar os locais de sua casa onde se pode esconder em altura de ataques ou uma mãe a lamentar-se pelo seu filho, ainda criança, comparar o muro que rodeia o campo a um túmulo (e que realidade é esta que faz uma criança de tenra idade aprender a noção de falta de liberdade a este ponto...)

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