sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Noiserv ao vivo no S. Jorge, porque neste blog não há só cinema

Que dizer?

Confesso que, apesar de conhecer a pessoa que integra este projecto, ainda não tinha ouvido nada.

Antes disto eu apenas perguntei: "mas é como? diz-me o estilo?", todas aquelas perguntas que são óbvias e pertinentes nestes casos. Diziam-me coisas tão díspares que nem vale a pena aqui mencionar, pois só servem para confundir.

Entrei no concerto, rodeado de pessoas que creio poder chamar amigos, ansiosas por ver outro amigo em palco. Isso só por sí valia o bilhete.

Começou a música.

Que posso eu dizer? Que fiquei surpreendido? Sim. Que esperava outra coisa? Sim.

Fiquei surpreendi e esperava outra coisa. Esperava algo medíocre, admito. Fiquei surpreendido porque é bem melhor que o que estava à espera. E "bem melhor" é pouco.

Alguém hoje me disse: "Houve uma pessoa que ouviu Noiserv e esperava uma coisa assim (mão à altura da cabeça), e ouviu algo assim (mão a subir, a subir...)". Ok, concordo.

David Santos aka Noiserv fez uma grande apresentação ao seu álbum, acompanhado de um elenco de amigos que produziram um grande espectáculo, tanto acústico como visual. As imagens de Diana Mascarenhas colocavam o selo de intimidade a esta apresentação, não distraíndo mas sim dando ao público algo para ver além de David rodeado de guitarras e teclados - que tanto usou. Tirou a atenção do público daquilo que, para o artista, é trabalho, deixando-nos apenas com a melodia que é o produto desse trabalho. Não nos interessou o processo, o resultado é bonito.

A simpatia de David fez-se sentir em palco à medida que chamava a companhia de Rodrigo Piedade ao piano e, mais notavelmente Luís (peço perdão por não saber o último nome) aka Walter Benjamin - um multi-instrumentalista que não me deixa de surpreender, tanto pela empatia como pela facilidade com que faz soar bem qualquer coisa, em qualquer contexto. Calculo que se lhe déssemos somente uma colher ele conseguia fazer um álbum à lá Phillip Glass.

Mas falava eu de simpatia e isso lembra-me o momento antes do encore, com um coro composto por amigos de Noiserv - daí eu insistir no termo "simpatia", é a primeira palavra que me ocorre durante todo este post - , num momento que, sendo o fim do espectáculo, nos deixaria simplesmente satisfeitos e com um sorriso parvo na cara. O concerto acabava ali e eu simplesmente ía para casa dormir satisfeito.

Não foi o fim do espectáculo, e posso dizer que - agora, estando em casa - estou satisfeito na mesma. Não foi o fim do espectáculo e ainda bem. Agora quero é ouvir mais.

Ainda não falei nada sobre o tipo de música, mas isto é um blog sobre cinema... o que estavam à espera? Vai haver críticas noutros lados, por isso leiam aí.

Sei é que - e numa tentativa de dar a temática cinematográfica a este post - se fizer um filme, gostaria de convidar Noiserv e Walter Benjamin para a banda sonora. A música já existe... pode ser que me inspire para o filme.

Para quem ainda não apanhou na rádio:

Walter Benjamin: http://www.myspace.com/Iamwalterbenjamin

Noiserv: http://www.noiserv.net/

Sérgio Cruz Serra

1 comentário:

Anónimo disse...

Hey Sérgio,

Gostei de te ver ontem!

Muito obrigado pelos elogios exagerados, mas posso tentar fazer esse truque da colher! (=

Dia 29 vamos beber umas cervejas e espero ter mais tempo para conversar que aquilo ontem estava muito concorrido!

Um grande abraço,

Luís (Nunes)aka Walter Benjamin