O Adeus à Brisa
Neste filme conhecemos a parte de Urbano Tavares Rodrigues num diálogo honesto, no qual é-nos revelada a vida do escritor tendo como pano de fundo os anos de ditadura em Portugal.
Imagens do Alentejo, que me derretem sempre e dão comichão à minha costela alentejana; música revolucionária, que tanto se tornou cliché de tão bradada que é nos programas sobre o 25 de Abril; histórias de juventude, sobre mulheres, viagens, amigos, familiares. Uma boa hora, bem passada.
Fiquei fascinado com a quantidade de livros que ele tem, especialmente quando soube que há muitos anos, grande parte da sua colecção tinha sido queimada pela censura do regime.
Conhecendo o realizador, Possidónio Cachapa - também ele escritor -, fiquei com um sorriso na cara por ver uma homenagem tão frontal, tão genuína e - ok, vou usar o termo - tão querida, que não lhe consegui dizer nada no fim do filme. Sorri, dei-lhe os parabéns, murmurei um "qualquer filme que mostre o Alentejo, para mim... lá no topo", e segui caminho.
Também não sei que dizer muito mais. Vejam o filme, que eu vou comprar uns quantos livros de Urbano Tavares Rodrigues, para ver se alguém destrona a anglofonia das minhas estantes.
Antes de terminar vou mencionar algo que estava nos créditos finais, na secção de agradecimentos. Era algo como "por estranho que pareça, obrigado a todos os sites de conteúdo nacionalista extremo por me mostrarem a estupidez dos tempos da ditadura neste país". Pena não conseguir citar exactamente, porque ironizar por escrito nunca foi o meu forte.
Com um sorriso, parabéns, Possidónio.
Sérgio Cruz Serra
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
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