sábado, 26 de dezembro de 2009

Seguindo "Avatar"

Custo aprox: 500M usd

"It earned $73 million in the U.S. and $159.2 million internationally; combined, it’s a $232.2 million worldwide total."

Embora a fonte não seja muito segura, parece que ainda faltam uns 267.8M usd para que o filme não dê prejuízo.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Director's Cut 2009-12-10

link

A Adriana junta-se à equipa. Sérgio, temos de pensar num nickname para ela... tu és o "mochilas" e eu sou o "steve", não era assim? Neno, não queres voltar?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

AVATAR - o déja vu mais caro de sempre

Francis Ford Coppola uma vez disse “Quanto menor é o orçamento, maior tem de ser a genialidade.”. Não podia estar mais de acordo. As pessoas tendem as esbanjar quando têm demasiados recursos e esquecem-se do essencial e dão mais valor às futilidades.
Avatar é um exemplo disso. Às vezes parece mais uma montra de efeitos especiais, do que um filme. Cinema é outra coisa. Um filme é contar uma história e o que, normalmente, marca um filme como sendo bom é a sua história, o enredo. (E por vezes performances espectaculares no que toca aos actores.)
Avatar também marca. Pelo preço. E pelo visual. É o filme mais caro de sempre. Se formos a ver dava para comprar dois Cristianos Ronaldos e ainda sobrava uns trocos para o cafezinho. O dinheiro investido em efeitos faz-me lembrar a megalómanonice de Stanley Kubrick quando se lembrou de fazer 2001: A Space Odissey. Uma grande diferença entre estes dois filmes é mesmo o sumo da história. O facto de ser o filme mais caro de sempre, não faz dele um bom filme, faz dele, pura e simplesmente, o filme mais caro de sempre. Óbvio.
O filme começa com um traço que é familiar a alguém que já tenha visto meia dúzia de filmes que passam nos canais generalistas portugueses. Pessoas que estiveram a dormir em cápsulas durante algum tempo e depois acordam?, quase que me fez (fez mesmo) lembrar o Matrix. Depois o início da história também não me parece completamente inédito: “O teu irmão gémeo, que ocupava um cargo muito importante, morreu. Tu, que és igual a ele, és a pessoa ideal para o substituir, embora não tenhas metade das qualidades dele. Por isso temos de te treinar.” não é nada que já não se tenha visto o Anthony Hopkins a dizer a Chris Rock no Bad Company, filme que passa na SIC várias vezes por ano. Isto é perdoável, afinal de contas também ainda só passaram 20 minutos de filme.
Não é difícil “ver” alguns dos filmes mais conhecidos ao longo de Avatar. Entre as cenas cliché, os diálogos também são aborrecidos porque “estava-se mesmo a ver…”.
O filme é um cliché gigante. Eu não sou a Maya e achei que era tudo demasiado previsível. É mais do mesmo que já existia. Começando em diálogos de frases feitas, até às cenas last minute rescue típicas, passando por mistérios forçados, são vários os déja vus que vamos tendo.
Em termos técnicos é uma obra de arte. É o mais perto do céu que se pode chegar, hoje. Faço uma grande vénia a todos os animadores, técnicos de captura de movimentos, os modeladores das caras das personagens e dos cenários, à malta que faz as explosões e tudo mais, o trabalho deles foi soberbo. Mas, como já disse, os efeitos especiais ajudam a contar melhor a história, agora quando a história não tem assim tanto valor, todo o dinheiro gasto é um tanto ou quanto em vão.
Tenho uma pergunta, onde é que foi parar aquela Grace (cientista) que pede um cigarro com tanta agressividade nos primeiros momentos em que aparece? A resposta que encontrei foi que ela deve ter mais do que um avatar… Porque a personagem parece desaparecer ao longo do filme.
Ao contrário do que seria de esperar, acho que o filme falha monumentalmente em aspectos tão básicos como nas personagens. Passadas quase 3 horas de filme ficamos sem conhecer bem as personagens nem ter qualquer ligação com elas. As cenas mais emotivas perdem alguma da sua pujança por isto. Como diz Tarantino, um filme passa a ser um filme a partir do momento em que o espectador sente alguma empatia com as personagens e se importa realmente sobre o que lhes vai acontecer.
Acho que é bom filme para pessoas com cerca de 15 anos, demasiado comercial. Pedia-se mais, acho eu. Apesar de tudo não desaconselho ninguém a ir ver o filme, afinal de contas é uma experiência visual e tanto. Em 3D se possível.
“Uma história de amor”, como lhe chama Cameron, que mais me faz lembrar o ainda fresco Twilight (por ser previsível e já visto), pelo qual não simpatizo nem um bocado. Se era para ser uma história de amor, ao menos que fosse boa, ao estilo Casablanca.
O meu concelho: façam bonecos, peluches, jogos de computador, DVD edição de coleccionador, roupa, mochilas e material escolar como merchandising para renderem os 200 milhões. Não é que o filme não vá render bom dinheiro, mas já que o filme tem tanto travo a filme comercial, aproveitem a fama e encham os bolsos.
Isto é um grande avanço em tecnologia para o cinema, sem dúvida. Mas os efeitos especiais devem ser vistos como um meio e não como um fim. Chamaram-lhe revolução, mas se isto é o futuro do cinema, deixem-me os velhinhos a preto e branco.

(Devo salientar que a minha opinião não tem nenhuma validade, afinal de contas não tenho qualquer legitimidade para falar, a única coisa que fiz foi ficar sentado no escuro, calado, sem me mexer, a ler as legendas, durante 2h45. Não mexi uma palha e ainda venho para aqui reclamar. Para além disso, não tenho qualquer conhecimento para falar de cinema, a única coisa que me limito a fazer é falar do meu gosto pessoal. Shame on me…)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Avatar"

Antes de mais gostaria de agradecer à Castello Lopes e ao Nucleo de Cinema do IST a possibilidade de ter ido assistir a este grande filme :P

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Titulo do filme: Avatar
Versão: 3D
Custo estimado: $500M
Sendo que somente US$ 237 milhões foram gastos na fase de produção do projecto. Os outros US$ 263 milhões foram gastos nas novas tecnologias, marketing etc. (fonte wikipedia)
Titutulos como, "O filme mais caro de Hollywood" e "Um dos mais esperados do ano" ninguem tirará a Avatar
Estreia em Portugal: 17 de Dezembro de 2009 (Quinta-Feira)
Estreia Mundial: 18 de Dezembro de 2009 (Sexta-Feira)



Antes de ver o filme:
-Um breve aparte sobre o que é um Avatar-
Um avatar é uma personagem ou ser vivo que é encarnada por uma pessoa, bem ao género de "matrix", liga-se a pessoa/utilizador a uma máquina de "lincagem sináptica" e utilizando o pensamento pode-se controlar outro corpo.
-Para verem como seria o vosso Avatar Na'vi façam o upload de uma fotografia de cara aqui.

Embora a história base não seja muito elaborada, e até previsivel em alguns aspectos, os efeitos especiais dominam todo o ambiente e até compensam essa lacuna.

Com um grafismo espectacular Avatar transporta-nos literalmente para o mundo de "Pandora" um mundo onde os nativos respeitam a Natureza, e em que todos os seres vivos estão ligados, como se todo o planeta estivesse ligado por uma rede sinaptica.

-Por ter visto tanto sobre o filme, trailer, teaser e images release perdi algum do suspense que seria de esperar no decorrer do filme, pelo que aconselho vivamente a não verem o trailer antes de ver o filme.

Alguns exageros na utilização do 3D tornam algumas partes bastante estranhas, no entando ganha o filme ganha algum dinamismo.É de realçar uma beleza e uma interiorização do ambiente superior ao 2D.

Com nove nomeações para o prémio "Critics Choice Award" para as categorias de:
Best Action Movie
Best Art Direction
Best Cinematography
Best Director
Best Editing
Best Makeup
Best Picture
Best Sound
Best Visual Effects

Com uma banda sonora espectacular e com algumas das musicas exclusivas, como é o exemplo a "I see You.." de Leona Lewis, disponivel em http://www.avatarscore.com/

Espero que este filme seja um verdadeiro sucesso de bilheteiras, pois todas as pessoas envolvidas neste progecto fizeram um excelente trabalho para conseguir um filme tão espectacular, sendo o aspecto gráfico um dos grandes pontos a favor de Avatar.
Para mim o filme já se revelou um sucesso.

Classificações:
Antes de estrear e com ainda menos de 3000 votos no imdb este filme está com 8.3/10
A minha classificação será 9/10

Se me for possivel irei assistir novamente :D talvez ainda apanhe a estreia.
É realmente uma produção grandeosa que vale Muito a pena ser assistida no cinema.

Jogos e outras aplicações relacionadas:
http://www.uailde.com/Passatempo/Avatar/Transformate.aspx //como seria o vosso avatar
http://avatar.mcdonalds.com/local/pt-pt/Default.aspx
http://avatar.mcdonalds.com/PandoraRovr/pt-pt/Default.aspx

Avatar- Crítica



"Avatar" conta a história de Jake Sully(Sam Worthington), um ex-fuzileiro paraplégico, que é levado para o planeta de Pandora a fim de controlar o avatar do seu falecido irmão gémeo, numa tentativa de estudar e chegar a um acordo diplomático com os Na’vi, uma espécie humanóide nativa.





Sendo Cameron uma das poucas pessoas no mundo que consegue fazer bons filmes de ficção científica e não esperando nada mais nada menos do que o melhor filme do ano, foi com as mais altas expectativas possíveis que entrei para a sala.

Confirmou-se o esperado? Sim e Não.

Se o Óscar para melhor actor secundário já tinha como destinatário certo Christoph Waltz, o Coronel Hans Landa de “Inglorious Basterds”, também a WETA Digital pode começar a procurar um sítio para colocar a estatueta para Melhores Efeitos Especiais.

A floresta repleta de cores vibrantes, as cenas filmadas no interior da base humana onde predomina a cor branca e as sequências aéreas filmadas nas montanhas foram exemplarmente trabalhadas e aperfeiçoadas até ao mais ínfimo detalhe. Juntando a isto a possibilidade de ver todo o filme em 3D, obtemos uma das mais satisfatórias experiências visuais de que há memória.

Todas estas sequências são acompanhadas pela competente Banda Sonora do já habitual James Horner, aqui numa fusão perfeita entre orquestra e ritmos tribais.

Apesar das quase três horas de duração, nenhuma sequência do filme é superflua, muito pelo contrário. Há várias falhas no argumento, personagens que são esquecidas demasiado depressa e conflitos/explicações convenientemente ignorado(a)s e apressado(a)s.

Se "Aliens", "Abyss" e "T2" juntavam um guião sólido a toda uma parafrenália de efeitos especiais e tecnologias inovadores, "Avatar" falha neste primeiro ponto, uma vez que depois de feitas as introduções ao contexto do filme, aos Na'vi e a toda a tecnologia existente no planeta, o filme segue um caminho demasiado familiar, cómodo e pouco arrojado, sendo todas as surpresas e/ou momentos de excitação proporcionados única e exclusivamente pelo elevado grau de qualidade dos efeitos especiais.

Para além disto, é também completamente risória a discrepância entre o trabalho e o esforço despendidos na criação desta raça humanóide credível, nomeadamente nos seus costumes, na sua língua e no seu habitat, para depois o espectador ser bombardeado com nomes absolutamente ridículos como são os do elemento químico "Unobtainium" (sim, do inglês "unobtain") e as montanhas “aleluia”.


In a nutshell, Avatar é um verdadeiro festim para os olhos mas peca por ter um argumento familiar, pouco inovador e com algumas lacunas que certamente irão desapontar aqueles em busca duma obra-prima.


Site do Filme:

http://www.castellolopescinemas.com/site/filmes_ficha.php?filme=1527


Facebook do Filme:


Twitter do Filme:

http://twitter.com/avatarfilmept

domingo, 29 de novembro de 2009

Passatempo Ágora

O Cinema ParaIST e a Castello Lopes oferecem bilhetes para a ante-estreia do filme "Ágora", um drama histórico passado no Egipto realizado porAlejandro Amenábar, com Rachel Weisz no papel principal. Para concorreres, consulta os detalhes abaixo:

Data: 9 de Dezembro - 21.30

Local: UCI El Corte Inglés

Website: http://www.castellolopesmultimedia.com/agora/

Para participar, envia um email para cinema.paraist@gmail.com com a resposta à seguinte pergunta, e com o assunto "Passatempo Agora":

Com que filme ganhou Rachel Weisz o óscar para Melhor Actriz Secundária?

Não te esqueças de incluir o teu NOME COMPLETO, Nº de BI, E-MAIL e TELEFONE DE CONTACTO. O passatempo decorre até ao meio dia de 7 de Dezembro e os vencedores serão contactados por e-mail e/ou sms.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Director's Cut 2009-11-19

http://archive.radiozero.pt/directorscut20091119.mp3

O fantasma Rogério faz das suas, enquanto Artur e Sérgio lhe explicam que um fantasma não deve ser picuinhas em relação às condições da Ouija board que usa para comunicar, a não ser que seja designer e o tipo da fonte não seja agradável.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Passatempo Estoril Film Festival 2

Depois de ter oferecido convites na semana passada para os filmes em competição, o Cinema ParaIST com o apoio do Estoril Film Festival presenteia os seus seguidores com ingressos para as sessões dos FILMES VENCEDORES.

Para te habilitares a ganhar, consulta os detalhes abaixo.


Data: 12-14 de Novembro

Local: Casino Estoril / Centro de Congressos de Estoril

Website: http://www.estoril-filmfestival.com/

Para participar, envia um email para cinema.paraist@gmail.com com a resposta à seguinte pergunta, e com o assunto "Passatempo Estoril Parte 2":

Que filme irá David Byrne apresentar no Dia 13, no Centro de Congressos do Estoril?

As cinco primeiras pessoas a responder acertadamente à questão ganharam um convite duplo.

Não te esqueças de incluir OS FILMES A QUE QUERES ASSISTIR, o teu NOME COMPLETO, Nº de BI, E-MAIL e TELEFONE DE CONTACTO. O passatempo decorre até ao meio dia de 8 de Novembro e os vencedores serão contactados por e-mail e/ou sms.

Passatempo "Ne Change Rien"

NE CHANGE RIEN – a amizada entre música e cinema, o novo filme de Pedro Costa

“Faço música porque gosto muito de ouvir música e porque gosto muito de cantar(...) Gosto muito particularmente da ideia de acorde. Encontrar o acorde, acordar-se, nesse sentido antigo de oferecer-se, acordar-se aos outros e acordar as coisas a nós. Dou-me conta de que a música é a única das artes que pratico que não se sustenta sobre a encenação dum antagonismo(...) Nela encontro uma forma de liberdade que, embora nunca deixando de ser um combate, jamais passa pelo confronto. E nela procuro, incessantemente, um abandono(...) como a criança que levada pelo amor, por um olhar, por uma atenção(o ritmo, a melodia, a harmonia) abandona os braços da mãe para caminhar sozinha no vasto mundo, com o espírito livre e o corpo liberto”.

Estas são as palavras de Jeanne Balibar acerca do seu novo filme. NE CHANGE RIEN nasceu da amizade entre a actriz-cantora e o realizador Pedro Costa (Ossos, Juventude em Marcha). É um ensaio sobre a criação artística, “pondo em cada plano todo o esforço para que esse plano seja o mais belo do mundo, fazendo com que o contra-luz emerja, como as notas, desde a mais profunda escuridão”. Brilhou na Quinzena dos Realizadores em Cannes e apaixonou o Les Inrockuptibles, Cahiers du Cinéma e New York Times (entre muitos outros).

O Cinema ParaIST e a Midas Filmes oferecem bilhetes para a ante-estreia do filme. Para concorreres, consulta os detalhes abaixo:

Data: 17 de Novembro - 21.30

Local: UCI El Corte Inglés

Website: http://www.midas-filmes.pt/

Dossier de Imprensa: http://www.midas-filmes.pt/di/DI_ne_change_rien.pdf

Para participar, envia um email para cinema.paraist@gmail.com com a resposta à seguinte pergunta, e com o assunto "Passatempo Ne Change Rien":

Com que "vilão" da saga 007 esteve Jeanne Balibar casada?

Não te esqueças de incluir o teu NOME COMPLETO, Nº de BI, E-MAIL e TELEFONE DE CONTACTO. O passatempo decorre até ao meio dia de 16 de Novembro e os vencedores serão contactados por e-mail e/ou sms.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Passatempo Estoril Film Festival

O Estoril Film Festival regressa para a sua terceira iteração. Aquele que é já tido como um dos mais emblemáticos festivais de cinema portugueses, terá este ano como convidados, Juliette Binoche, David Byrne, David Cronenberg e Francis Ford Coppola, entre outros.


Continuando a tradição de acompanhar os principais festivais de cinema a nível local, o CinemaParaIST, com o apoio do Estoril Film Festival oferece convites duplos apenas para as sessões dos filmes em Competição.

Data: 5-14 de Novembro

Local: Casino Estoril / Centro de Congressos de Estoril

Website: http://www.estoril-filmfestival.com/

Para participar, envia um email para cinema.paraist@gmail.com com a resposta à seguinte pergunta, e com o assunto "Passatempo Estoril":

Que realizador, tio de Nicholas Cage vai estar presente na edição deste ano do festival?

As cinco primeiras pessoas a responder acertadamente à questão ganharam um convite duplo.

Não te esqueças de incluir OS FILMES A QUE QUERES ASSISTIR, o teu NOME COMPLETO, Nº de BI, E-MAIL e TELEFONE DE CONTACTO. O passatempo decorre até ao meio dia de 8 de Novembro e os vencedores serão contactados por e-mail e/ou sms.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

DOCLISBOA :: Timeless Harvest


Timeless Harvest (de Martin Verdet)

Para quem gosta de música, este filme é fundamental. Não só por tratar de aulas de música clássica numa espécie de campo de férias (numa quinta isolada perdida algures na Dinamarca), mas sim porque, o que poderia ser um simples relato das aulas, tornou-se numa declaração apaixonada ao sentido auditivo. Em primero lugar, porque o importante para o realizador não foi só a música criada na sala de aula, mas também toda a musicalidade do dia-a-dia na quinta - o som duma laranja a ser cortada, dum tractor a lavrar a terra, do vento a bater contra as janelas - tudo está presente na pauta deste filme. A acompanhar, violinos, violoncelos e muita dedicação.

Mas o que realmente impressiona é a forma como o realizador decidiu captar a relação entre alunos e professores: close-ups que nos aproximam a essa ligação estreita, planos a enquadrar os vários intervenientes por camadas - a mão que pega no arco, o olhar atento do professor, a expressão do aluno que está a tocar - numa composição que interliga a mistura entre primeiros planos e planos médios de Bergman com um tipo de realização mais típica de cinema documental. Em relação à tal expressão do aluno que está a tocar, essa é outras das grandes mais valias desta película. Através dos tiques e movimentos, o espectador transporta-se para o universo sensorial do músico e quase que consegue sentir a sua forma de sentir a música. E é essa relação estreita que conseguimos traçar com os músicos que realmente importa neste filme, e que, sendo um filme sobre música, acho que o seu objectivo não poderia ter sido melhor conseguido.

DOCLISBOA :: My Little Brother From the Moon


My Little Brother From the Moon (de Frédéric Philibert)

Curta de animação a preto e branco com um estilo muito simples mas eficaz, narrada por uma menina que explica a forma de olhar para a vida do seu irmão mais novo. Onde os médicos vêm autismo, esta menina vê uma pessoa muito especial, que apenas gosta muito de olhar para o céu. Onde os pais desesperam por uma cura, esta menina apenas quer construir uma escada até à lua para que possa estar com o seu irmão. Onde o espectador pode ver uma simpática curta, bom, vais mesmo ver uma simpática curta... com uma perspectiva diferente duma adversidade sempre actual e que ganha muito pela narração da criança, com as suas entoações muitos particulares e pueris.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

DOCLISBOA :: Videomappings


Videomappings: Aida, Palestine (de Till Roeskens)

Esta é uma obra com um conceito muito interessante: a câmara como folha em branco, como instrumento à espera de ser usado e preenchido. Passo a explicar: o filme é narrado por habitantes dum campo de refugiados perto de Belém, na Palestina, sendo esta narração a forma de contarem as suas memórias do campo, as suas vivências e relações. Ora, à medida que se vão relembrando da sua casa, da sua rua e das "tropelias" com o exército opressor, vão desenhando até reconstruir, na própria tela que nos é mostrada, essas mesmas lembranças. Como diz a sinopse , "o ecrã é uma folha de papel branca que vai sendo magicamente preenchida por linhas: uma casa, um soldado, uma bandeira, um tanque, um muro intransponível (...) passo a passo, entre um desenho e outro, descobrimos o campo de refugiados e um modo de vida". Modo de vida esse, constituído por tantos pormenores alheios à nossa realidade - uma criança a mostrar os locais de sua casa onde se pode esconder em altura de ataques ou uma mãe a lamentar-se pelo seu filho, ainda criança, comparar o muro que rodeia o campo a um túmulo (e que realidade é esta que faz uma criança de tenra idade aprender a noção de falta de liberdade a este ponto...)

DOCLISBOA :: Casa dos Mortos


Casa dos Mortos (de Débora Diniz)

Um documentário algo impressionante que explora um assunto bem delicado: como uma prisão psiquiátrica "trata" os seus doentes/reclusos, pessoas normalmente abandonadas pela sociedade e sem qualquer tipo de identificação própria ou algo a que possam chamar Casa. Apesar da realização ser algo banal e desajeitada, o maior interesse desta película está no facto de ser baseada num poema dum recluso e, por isso mesmo, apresentar uma visão mais "interior" da realizada das pessoas retratadas. Além disso, o próprio filme é narrado por esse recluso, que finaliza o filme com uma declamação em frente à camâra bastante pessoal.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009



Não me lembro do último filme que vi em que todos os planos eram tão minuciosamente estudados e enquadrados.

 

Este é um dos meus primeiros pensamentos ao sair da sala de cinema depois de ver o novo filme que o CinemaParaIST apoia. Chama-se “Deixa-me Entrar” (do original “Lat Den Ratte Komma In”) e é o mais peculiar filme de vampiros que conheço.

 

A história não se alonga: Oskar, um pré-adolescente tímido mas de mente retorcida (como todos nós), vítima de bulling pelos colegas de escola e com um desesperado desejo de vingança incapaz de se tornar realidade. Tudo muda quando uma rapariga da mesma idade vem morar para a vizinhança. Noite, mortes e muito sangue, tudo se conjuga na verdadeira condição da nova amiga: Eli é vampira. Mas, recuperando uma linguagem de, por exemplo, “Les Jeux Interdits” e “Aniki Bóbó”, desenrola-se aqui uma estranha mas genuina amizade, cheia de pequenos compromissos e de intensas conquistas face ao medo. Em relação ao tabu dos assassínios perpetuados por Eli (“Oskar, I do it because I have to.”) e em relação à própria aproximação entre os dois, a descoberta do amor e duma certa sensualidade inerente aos 12 anos que os personagens têm (bom, pelo menos o que é mortal). E aí reside o que de mais interessante tem o filme. Não desconsiderando as cenas de terror psicológico à lá “Shining” (estão bastante boas) nem a própria forma de realização de Tomas Alfredson (já lá vamos), o que toca e que fica retido neste filme é uma história de crescimento e de aproximação, uma amizade entre...”raças”, e a forma como cada um toma consciência da condição do outro (fica para a memória uma fantástica cena close-up em que Eli pede a Oskar para se pôr na pele dela).

 

Á parte de tudo isso, e, como me descosi logo na primeira frase, este filme é um primor de realização! Os planos surgem com um formalismo excepcional, mas ao mesmo tempo com uma naturalidade de quem faz isto há muitos anos. Tudo está bem enquadrado, movido num ritmo de degustação lenta mas não demasiado longa, e filmado com uma proximidade aos actores medida com precisão, relatando num estilo quase documental tal é a crueza das imagens, mas nunca ocupando-lhes o espaço. Faz lembrar um delicioso filme francês “Le voyage du ballon rouge”, em que o filme se transforma numa câmara que entra em casa duma família apenas para relatar passivamente o seu quotidiano, sem lhes querer impôr uma narrativa específica.

 

Finalizando, mesmo para quem não gosta de filmes de vampiros e/ou criaturas várias, vá claramente ver este filme. Porque não se trata de cinema de terror. Trata-se de cinema de qualidade.


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Passatempo Rudo y Cursi

Agora que acabou a época de futebol, deixando-nos com os ocasionais jogos de uma selecção com poucas esperanças de apuramento, damo-vos este passatempo para que possam dizer adeus à época em grande forma.

Rudo y Cursi, de Carlos Cuarón, é um filme sobre a rivalidade de Tato e Beto no mundo do futebol.

Um filme de comédia/drama desportivo mexicano que estreia para a semana no nosso país.

Vem connosco dar o pontapé de saída, clicando aqui.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

IndieLisboa 2009

JCVD, de Mabrouk El Mechri


JCVD começa por nos dar um enquadramento geral da vida da personagem principal: Jean Claude Van Damme. A vida do nosso herói não é feita de guerras e lutas, pelo menos não corpo-a-corpo. Van Damme encontra-se numa situação familiar e financeira muito delicada. Ele está em tribunal pela custódia da filha e os custos que o processo acarreta não são fáceis de suportar. Devido aos problemas financeiros, Van Damme é obrigado a fazer alguns sacrifícios e isso reflecte-se no tipo de papéis que é quase obrigado a aceitar.
A acção principal do filme decorre num banco. Há um assalto que corre mal e os assaltantes barricam-se lá dentro. A polícia é alertada e começa a luta pelo resgate dos reféns. O enredo parece bastante banal, mas o facto de Van Damme estar envolvido faz com a história ganhe uma nova dinâmica.
Mais do que um filme de acção, JCVD é um filme sobre Jean Claude Van Damme. Mais precisamente, é um filme contado por Jean Claude Van Damme. Desde o início que há uma relação implícita entre a personagem e a pessoa, mas há uma cena que evidencia e transforma essa relação. Quando Van Damme "sai" do filme e fala durante alguns minutos, o que vemos torna-se explicitamente real. Já não é a personagem que fala, mas sim o actor. É uma cena muito bem conseguida, apesar da música de fundo ser profundamente irritante.
Na vertente técnica, realço os movimentos arrojados da câmara que percorrem todo o filme. A cena inicial é um bom exemplo disso. O filme começa com uma longa sequência em que Van Damme distribui pancada por dezenas de figurantes, que surgem à medida que ele percorre o cenário. Toda a cena é filmada num plano, com um enorme travelling da câmara, que acompanha o movimento do actor. É uma das melhores cenas de pancadaria que vi nos últimos tempos.
O filme estreia em Portugal dia 16 de Julho e merece uma ida ao cinema. Muito provavelmente, é o melhor filme que vi com este actor.



The Herd 
Ken Wardrop, Irlanda, 2008, 4’ 


Ken Wardrop filma, novamente, na quinta da sua família na Irlanda. Desta vez, há um intruso na quinta que, apesar de ser aparentemente inofensivo, gera uma pequena discussão entre o agricultor e a sua mãe.
É uma história muito simples, mas que, mais uma vez, nos traz imagens extremamente belas da vida campestre.
Vale a pena ver, ou rever, Useless Dog, onde Wardrop filma num estilo muito semelhante. Aqui fica o link.

The Unseen 
Pavel Medvedev, Rússia, 2007, 30’ 
Em Julho de 2006, 8 grandes potências mundiais encontraram-se em S. Petersburgo. The Unseen mostra-nos tudo, excepto a cimeira. Vemos, em vez disso, o impacto que o G8 teve no dia-a-dia da população e da cidade. Achei a ideia interessante, especialmente pelo paralelismo que é feito com a pintura The Feast Of Kings. No entanto, a curta arrasta-se demasiado tornando-se aborrecida em vários momentos.

Hot Dog 
Bill Plympton, EUA, 2008, 6’ 
Hot Dog é o terceiro título da saga Dog. Desta vez, o nosso herói junta-se aos bombeiros para tentar conquistar a estima que tanto merece. Mas, como é habitual, as coisas não correm de acordo com o que ele planeou.
É uma curta pequena, com um protagonista adorável e recheada de momentos hilariantes. Mais uma vez, um óptimo trabalho de Bill Plimpton.

Passeio de Domingo 
José Miguel Ribeiro, Portugal, 2009, 20’ 


Uma família normal faz um passeio normal, numa tarde normal de domingo, mas, desta vez, o dia acaba de maneira diferente.
Na minha opinião, esta curta está muito bem conseguida tecnicamente. Além de dar vida à família protagonista, José Miguel Ribeiro cria uma cidade em plasticina. E no meio do exagero das formas, encontramos pormenores deliciosos que nos envolvem naquele mundo.  Infelizmente, o enredo não acompanha a excelência dos cenários e acaba por se revelar pouco original e previsível.
Para quem não conhece, vale a pena ver o seu trabalho anterior, A Suspeita, que ganhou vários prémios em festivais nacionais e internacionais: 

Por este ano, penso que é tudo. Venha daí o Indie 2010!



quarta-feira, 27 de maio de 2009

IndieLisboa 2009


FITZCARRALDO, de Werner Herzog

Dizer que este é um dos filmes mais épicos que já vi é pouco. Até porque tem uma cena dum barco a subir uma montanha...

A história até é simples: um excêntrico ex-milionário apaixonado por Caruso tem o sonho de vir a construir uma grande ópera em plena Floresta Amazónica. Para isso, parte numa demanda, Rio Amazonas acima, em busca do negócio da borracha, de forma a ganhar o suficiente para realizar o seu sonho de vida. E o filme é basicamente sobre isto: o lutar tudo-por-tudo para realizar um sonho (bom, nem que para isso se tenha de pôr um barco a subir uma montanha...)

Os desempenhos dos actores são irreprensíveis, Klaus Kinski tem uma interpretação brilhante, a transpirar loucura e megalomania, e Claúdia Cardinale, bom, aparece (já é suficiente).

A realização é muito boa e a produção é qualquer coisa do outro mundo: centenas de índios, muitos quilos de árvores movidas, óptimas cenas num barco a cair de podre, orquestras, muita música, suor e loucura. Este filme é todo ele enorme e, sem “spoilar” grande coisa, não poderia acabar de forma não menos grandiosa do que com uma grande orquestra no tal barco a cair de podre, a tocar uma belissíma ária pelo Rio Amazona, com as margens carregadissímas de índios em êxtase...


BUSTER KEATON - Sherlock Jr.

Buster Keaton já é bom de ser ver em qualquer formato, estação do ano ou estado emocional. Mas ainda por cima ver Buster Keaton musicado ao vivo por dois músicos de jazz é ainda mais positivo. E, a acrescentar a tudo isto, ver Buster Keaton no IndieJunior numa sala repleta de crianças ainda é mais genial!

Onde as piruetas do Mister Pamplinas se misturam com as gargalhadas inocentes dos putos, a genialidade da obra dum dos mais criativos actores e realizadores de sempre se perde pelo seu olhar inexperiente. Mas não faz mal, eles divertem-se à mesma. Mas além desse divertimento despreocupado (que é óptimo!), Buster Keaton oferece-nos uma realização arrojada, repleta de cenas de acção muito à frente do seu tempo: perseguições, peripécias perigosas sem duplos (neste filme chegou a partir o pescoço) e muita comédia de alto nível.

Em relação à parte sonora, esta foi deixada a cargo de dois excelentes músicos, António Pedro e Felipe Rocha, que, desde percussões, teclados, guitarras e apitos vários, reproduziram barulhos e vozes (a relação e entre putos e intertítulos não funciona muito bem...) na perfeição.

E não me venham dizer que Chaplin é o rei da comédia muda... (o pessoal do “The Dreamers” tinha discussões parvas!)


Para terminar, outro dos filmes que fui ver, "Tony Manero", apesar da premissa interessante, revelou-se como uma grande desilusão. Supostamente seria um drama sobre um psicopata fanático pela personagem do John Travolta em "Saturday Night Fever", mas revelou-se como apenas um filme bastante medíocre. Apesar de mostrar de forma crua uma realidade pobre e suja da América Latina, a narrativa torna-se bastante empastelada (por vezes picuinhas e sem qualquer tipo de interesse) sem aproveitar o fulgor que a "plot" do filme poderia prever.

De resto, bons filmes, e deixo os outros comentários sobre o festival para o Nuno...trabalha pá!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Passatempo "Deixa-me Entrar - Let The Right One In"

Este passatempo é para participar, pessoal!

Lamento estar a dar opinião, mas gostei imenso deste filme. Vencedor de um prémio no IndieLisboa '08, bem como de perto de meia de centena de outros prémios em festivais pelo mundo fora, "Deixa-me Entrar" é uma maravilha do cinema independente.

Como queremos partilhar o filme convosco, participem no nosso passatempo aqui, e levem um protector para o pescoço... nunca se sabe quem está atrás de vós no cinema.

Já mencionei que gostei imenso deste filme?

terça-feira, 5 de maio de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

Director's Cut - 23 de Abril

aqui

o melhor programa e o pior programa

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Passatempo "Wolverine"

Para todos os fãs de BD, nomeadamente dos X-Men, finalmente chegou o dia.

Não adianta esconder por trás de paredes de aço. Não adianta fugir. Logan vem aí e, com as suas garras de adamantium, o Wolverine não te dá hipótese.

Por isso, mais vale não oferecer resistência. Entrega-te. Aparece à frente dele o mais rápido possível, para fazer com que tudo termine o mais rápido pos

sível. Ele será piedoso e acaba contigo sem dor.

Agora deixando estas frases de fanboy para trás, participa aqui no nosso passatempo, e assiste ao filme Wolverine, na próxima Quarta-Feira.

Vou lá só para ouvir o sonzinho das garras a sair... e depois o murro que ele dá a seguir... na BD era sempre assim: SNIKT, KAPOW!

domingo, 19 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

Festa do Cinema Italiano - Disamistade (1989)

Gianfranco Cabiddu


Inserido na Retrospectiva Cinema de Sardenha a decorrer na Cinemateca Portuguesa, Disamistade é a primeira longa-metragem do realizador Gianfranco Cabiddu. A retrospectiva pretende revisitar o cinema regional que tem vindo a surgir nas últimas duas décadas através do olhar de realizadores nativos daquela região, como é o caso de Cabiddu.

O filme conta a história de Sebastiano Catte (Joaquim de Almeida, muito bem no papel principal e num registo diferente do que nos habituou por estes lados), que retorna à sua terra e, contra a sua vontade, vê-se envolvido numa vingança que se prolonga há muito. Sebastiano tenta manter-se à margem desta violência bem típica daquela região, contudo, apesar do seu passado, não consegue evitar a fragilidade do presente.

A "vendetta" tão típica do cinema italiano é sustentada por vários elementos característicos deste tipo de narrativas, aos quais não escapam a "death list", os homicídios poéticos ao som de, ou mesmo a banda sonora ao longo de todo o filme, que sugere o inevitável e iminente confronto do protagonista com o seu destino.

Quem, como eu, nasceu numa aldeia rural e cresceu a ouvir as inúmeras histórias "daquele tempo" que os nossos avós contavam até ao ínfimo pormenor, não deixará de sentir uma certa nostalgia ao ver este filme. O grande trunfo da obra é o retrato sócio-cultural da Sardenha dos anos 50, que, como as tais histórias, está detalhado ao pormenor (as latas na cozinha, as mulheres a fazer pão, o chegar a casa e cumprimentar primeiro o pão e o vinho, antes da mulher). Esta terra que aqui nos é retratada, é-me muito familiar. Desde as mulheres em permanente luto pela morte dos maridos, às beatas à porta da Igreja a falar da vida alheia, passando pela estética das casas. Tudo isto remonta a um tempo longínquo, mas real ainda em algumas zonas do nosso país. Faz-nos pensar nestas aldeias tão pitorescas e muitas vezes esquecidas, que tanta história têm para contar.

A Festa do Cinema Italiano prolonga-se até ao dia 09 de Abril, podem consultar toda a programação em www.festadocinemaitaliano.com, e ainda têm oportunidade de participar no nosso passatempo para ganharem convites duplos.

domingo, 5 de abril de 2009

Zoetrope




Continuando numa senda de promoção à "relação promíscua" entre cinema e música, que comecei com o artigo "Concerto para maquinarias e estados liquídos", deixo aqui nova sugestão: Zoetrope, dos Micro Audio Waves e do coreógrafo Rui Horta. Não vou escrever uma crónica sobre este porque o concerto foi ontem e ainda estou um pouco sem palavras :P
Mas deixo aqui um pequeno texto que li algures:

"Rui Horta e os Micro Audio Waves lançam-se na aventura de criar um espectáculo em conjunto, sob a forma de um concerto encenado, um híbrido entre música, movimento e multimédia. Um encontro que se adivinha orgânico quando nos apercebemos do universo musical destes criadores, bem como dos interesses perfomáticos que partilham. 
A música pop-electrónica dos Micro Audio Waves nunca se afastou da experimentação, oscilando entre um som contagiante e íntimo. O resultado do encontro com Rui Horta levará seguramente mais longe as premissas de procura e de intervenção, assumindo sem complexos a comunicação subjacente à própria ideia de concerto ao vivo. Se o universo de Rui Horta é o do movimento e de um espaço cénico ousado e imprevisível, nada mais lógico do que aceitar a provocação do encontro e a curiosidade da descoberta."

Só queria acrescentar que a performance tem o nome de Zoetrope derivado daquele instrumento para criar filmes, em que se coloca as imagens e roda-se a uma determinada velocidade até criar movimento, como é demonstrado logo no início do espectáculo: http://www.youtube.com/watch?v=vHQj4tXMUR8&feature=related

E já agora deixo aqui mais dois videos, este (http://www.youtube.com/watch?v=jIJtElgkQFE) que é uma compilação de alguns momentos do espectáculo, e este (http://www.youtube.com/watch?v=pOXBY_1Ps9E) que é o video que eles projectavam num dos segmentos.

Enjoy!

Director's Cut - 2 de Abril

ouvir

Guess who's back?

D!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Passatempo Soul Men

OK, everybody! Who's got soul? Hell yeah, you got soul!

Vamos todos a falar assim para Alfragide, local onde iremos assistir à anteestreia do filme Soul Men - Os Homens do Soul.

Este filme, o último de Bernie Mac, com o também falecido Isaac Hayes (o famoso Chef do South Park), promete trazer muitas gargalhadas.

Por isso toca a marchar para Alfragide connosco, e participa no passatempo aqui.

sábado, 28 de março de 2009

Director's Cut de 26 de Março

ouvir

devendra - this is the way
animal collective - guys eyes (shout out)
devendra - this beard is for siobhan (a musica mais passada de sempre no director's cut. já agora devia passar a ser o genérico, que acham? comecem a discussão nos comentários!)
okay - good
ac - chores
my girls
gang gang dance - desert storm (boa boa boa.....)

quinta-feira, 26 de março de 2009

Concerto para maquinarias e estados líquidos




Se é possível haver uma certa transversalidade entre várias artes, e se se podem seduzir e invadir umas às outras, então é da nossa responsabilidade relatar tais excursões em relação à 7ª arte!
Como a música invade o cinema desde sempre (musicais, biopics, etc.), também o cinema invade a música com toda a sua cavalaria! Falo-vos do Concerto para Maquinarias e Estados Líquidos que se realizou a semana passada na Culturgest, um projecto do Canal Zero. Formado por três jovens rapazes a convite do Monstra de 2004 (Festival de Cinema de Animação de Lisboa), o projecto serviu como forma criativa de musicar um filme de Emil Cohl. Assim nasceu uma série de novas (e originais) ideias, um espectáculo que tem sido refinado desde então, e que surge como uma relação bastante promiscua entre electrónica, acústica e multimédia. 
Passo a explicar: o concerto apresenta-se quase como uma performance, onde a música é construída por electrónicas ??? e muita guitarrada à mistura, sendo acompanhada visualmente por projecções de imagens captadas em tempo real por um dos elementos da banda. Imagens estas, que constroem toda uma narrativa metafísica que caminha lado-a-lado com o ruído, contando uma história que vagueia entre o pueril e o maquinal. Daí vem a linguagem cinematográfica que interessa falar neste blog: uma história que contém, desde samples de diálogos de crianças a "coros" dum rebanho... Tudo isto entrelaçado com música industrial (desde momentos de pura sensibilidade, até máquinas de escrever a partilhar o espaço com distorções de guitarras destemidas), resultando daí uma dicotomia bastante interessante e ritmada. 
Ora, todo este confronto entre o maquinal e o orgânico é explicitado pelas projecções e pelo próprio ambiente em si. A música semi-"robotizada" é acompanhada, em muitos casos, pelo teclar mecânico de máquinas de escrever antigas; ao mesmo tempo que câmaras, minuciosamente colocadas de modo a se verem os mecanismos e rodas dentadas do interior da máquina, nos debitam imagens hipnotizantes a grande velocidade. Uma música a borbulhar à superfície é acompanhada por imagens de um dos elementos da banda a largar tinta vermelha sobre parafusos ferrugentos, criando sequências sombrias de jogos de luzes e invocações a cenas de cinema de terror oldschool. As partes orgânicas e de acalmia são preenchidas por silêncios e espaços, prontos a serem ocupados. Tudo conjugado numa narrativa incerta e surreal, rica ou despida sonoramente, mas sempre bastante completa visualmente.

Podem ver um pequeno video aqui: canalzero.net

terça-feira, 24 de março de 2009

Murnau contra o vampiro




Em 1922 F. W. Murnau realizou a obra prima do terror Nosferatu-Eine Symphonie des Grauens. O filme conta com a interpretação lendária de Max Schreck no papel do Conde Orlock. Sendo um actor relativamente desconhecido e o realizador tão genial, surgiu uma lenda sobre a produção deste filme: Que Murnau aspirava realizar o filme mais realista de sempre, e para isso foi procurar um vampiro verdadeiro para o papel principal. A Sombra do Vampiro põe a hipótese: E se Max Schreck fosse mesmo um vampiro? Será o sonho de um realizador, ou o seu pior pesadelo?

Um filme de vampiros sobre filmes de vampiros. Com John Malkovich, Willem Dafoe, e Catherine McCormack.

Não percam a projecção deste filme amanhã às 21:30 no bar da AE.

Director's Cut de 19 de Março

check it

peace!

edit: link fixed

sábado, 21 de março de 2009

Passatempo FESTA DO CINEMA ITALIANO


Ma qué cosa?! Ire al cinema per vedere il cinema italiano?

OK, o meu italiano equivale a um bebé a aprender a falar. Muito alto, choro imenso de frustração e a baba é uma constante. Mas não se preocupem porque vou dar esta notícia em português.

O Cinema ParaIST apoia a organização Il Sorpasso e irá dar convites duplos para sessões, à escolha, para a Festa do Cinema Italiano. O dossier de imprensa encontra-se aqui. Por aí, podem escolher as sessões que interessam.

O passatempo funciona nas mesmas condições dos passatempos de outros festivais, mas para mais informações, cliquem aqui.

terça-feira, 17 de março de 2009

Ciclo de Cinema das Jornadas de Engenharia Química e Biológica

Amanhã, Quinta e Sexta, iremos passar alguns filmes que estão ligados às Jornadas de Engenharia Química e Biológica.

O propósito é que se veja um filme e, posteriormente, se discutam algumas das abordagens químicas e biológicas que estão presentes em cada um desses filmes.

O primeiro filme, amanhã, dia 18, na sala PA1, é o Fight Club.

Na quinta-feira, dia 19, The Constant Gardener passa no Anfiteatro de Mecanica (AM).

Finalmente, na sexta-feira, dia 20, no PA1, Shawn Of The Dead, que não sei se é dos melhores filmes de zombies ou se é um dos melhores filmes de comédia dos últimos anos.

Todos os filmes têm início às 17:30.

Para quem não viu, tem aqui a oportunidade de ver estes filmes, com qualidade garantida e comprovada.

Para quem já viu, oferecemos a oportunidade de poderem ver os filmes num ecrã maior, e ainda discutir alguns assuntos do filme com pessoal de química e biológica. Pessoal boa onda.

Apareçam!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Festival Monstra


Olá a todos,

O Festival Monstra acabou ontem mas não desesperem, não terão de esperar até ao próximo festival para ver bons filmes de animação! (Rei Leão não conta...) Mais daqui a uns dias teremos novidades...

Entretanto, aqui vai a minha contribuição para o blog desta semana que passou:

Sita Sings The Blues (o filme da imagem acima)

Filme muito divertido, onde a história dum casal de séc.XXI se mistura e conjuga com a história dum princípe e duma princesa da antiga Índia (aquele tipo de histórias que metem sempre Rajás, Shivas e budistas). O filme é apresentado com diferentes técnicas de animação, mas baseia-se principalmente em recortes e montagens (bastante fora do comum no cinema actual!) e a banda sonora é composta, ora por música indiana, ora por música blues antiga, cantada integralmente pela Sita em modo romântico e de "engate" ao seu príncipe Ráma. De notar também que a história da antiga civilização indiana é narrada por três personagens que nunca se dão a conhecer, num estilo de conversa informal e que, por isso mesmo, possuí todas as imprecisões e diálogos cruzados passíveis duma certa oralidade banal. E aí reside o maior interesse deste filme: o humor negro, a "escáfia" despreocupada e o sarcasmo mordaz com que se caracteriza essa narração, resultando daí as melhores gargalhadas do filme todo. Concluindo, este é um exercício de estilo muito interessante, e uma bela forma de contar uma história, o que provavelmente contribuíu muito para o filme ter ganho o prémio do jurí.

$9.99

Normalmente são as alturas em que "batemos no fundo" que nos fazem pensar. Neste filme, é exactamente isso que acontece à personagem principal: um pré-adulto solteiro que vive com pai e não tem emprego. Devido ao azar da vida, deixa-se tentar por um daqueles livros que supostamente respondem a todas as questões, "Descubra o sentido da vida, por apenas $9.99!". Assim, parte numa jornada onde tenta partilhar o seu conhecimento recentemente adquirido pelos seus vizinhos, tornado o filme numa deambulação entre as histórias pessoais das várias pessoas daquele prédio, e a forma como se influenciam umas às outras. Seja por conversas no elevador (afinal de contar o espaço que une todas as peronagens) ou por meras coincidências da vida, todos vão ajudar todos de alguma forma e no final apenas a pessoa que realmente deu dinheiro para descobrir o sentido da nossa existência (os tais $9.99!) é que não tem um input positivo na sua vida. Ou será que tem? 
Nota: esta foi outras das longas metragens premiadas.

28 - Uma homenagem a Fernando Pessoa

Pequena pérola do realizador José Xavier, uma viagem ao universo pessoano: as suas múltiplas personalidades e caminhos, numa animação muda de traço simples e a contar com música generativa de António Sousa Dias. Tudo isto "contado" na primeira pessoa pelo 28 (o mais mítico de todos os eléctricos ainda no activo, o que percorre as ruas de Alfama até ao Castelo).

For Sock's Sake

Curta-metragem premiada na competição de estudantes, é uma deliciosa história protagonizada por um conjunto de peças de roupa que fogem dum estendal para salvar uma meia que está nas terríveis garras dos monstros da lavandaria! Não vale a pena contar mais, ver para querer... http://www.youtube.com/watch?v=uOLgEyZA4Nw

Restrospectiva Georges Schwizgebel

Um autor com um trabalho vasto composto por pequenos fragmentos de imagens, não tanto filmes, mas sim pintura em movimento. Pode-se afirmar que Schwizgebel é mais um artista plástico que um realizador, sendo a sua obra composta por filmes pintados frame-a-frame a pincel, onde os traços se cruzam e avançam no espaço e no tempo com o intuito de criar formas. Formas essas não preocupadas em ser perfeitas, mas sim em terem textura, movimento e dinâmica. É quase como ver um quadro em movimento e sermos guiados na história pelo pincel do artista.


De notar ainda a exposição sobre o filme português "Passeio de Domingo", o novo filme de José Miguel Ribeiro (autor da multi-premiada "A Suspeita"), onde estão expostos alguns cenários, esboços e personagens deste filme de stop-motion. Recomendadíssimo! A exposição é no Teatro da Marioneta em Santos e podem ver algumas fotos no blog do Monstra: http://www.oblogmonstra.blogspot.com/ (é preciso fazer scroll para baixo...)


Beijinhos e abraços,
Miguel Jerónimo

quarta-feira, 11 de março de 2009

Director's Cut 2009-03-05

O podcast do Director's Cut da semana passada está disponível aqui.

O desta semana está a caminho.

Passatempo Microfilmes

O Cinema ParaIST vai promover um concurso de microfilmes, em parceria com as Jornadas de Eng. Química e Biológica.

Só tens de pegar num aparelho qualquer que grave imagem, o som é opcional, e registar algo até 5 minutos.

Os temas do concurso são as Jornadas de Eng. Química e Biológica, algo sobre Química ou algo sobre Biologia.

Dá largas à imaginação, que nós damos prémios em troca.

Descobre mais aqui.

terça-feira, 10 de março de 2009

Noites de Quarta Feira no Bar da AE

Olá a todos,

A partir de hoje, quarta-feira, dia 11 de Março, a vossa vida no IST vai mudar. Se calhar não é bem a vida, mas simplesmente as noites de quarta-feira. E não são todas também... só de quinze em quinze dias.

O Cinema ParaIST trata de vos mostrar filmes de quinze em quinze dias, às quartas, a partir de amanhã, no bar da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico.

Aproveitando a mudança no espaço do bar, e o dinamismo da nova administração, vamos passar filmes a partir das 21:30, à quarta, de quinze em quinze dias.

Mas acho que me estou a repetir e não faço muito sentido, e também acho que é mais fácil simplesmente lerem o que está aqui, que tem mais informação. Por isso cliquem ali, ou aqui, tanto faz.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Passatempo Festival Monstra

Não vos queremos dar descanso, e por isso temos mais um passatempo.

A Monstra, Festival de Animação de Lisboa, é já para a semana.

Para este passatempo é necessário cumprir umas regras. Mas chega de conversa, saibam mais aqui.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Passatempo "O Canto Dos Pássaros" E FESTA A SEGUIR!! SIM, FESTA!

Pessoal, temos passatempo com direito à presença do realizador E FESTA!

Próximo Domingo, a Atalanta Filmes traz o realizador Albert Serra ao cinema King, às 21:45, onde todos poderão assistir ao seu mais recente filme.

De seguida, todos para o Frágil (entrada gratuita para quem tem convite duplo, fornecido pelas vossas excelências do Cinema ParaIST).

Que tal?

Parece bem?

Então toca a participar, clicando aqui!

E sejam rápidos, que o passatempo só dura até amanhã (dia 6 de Março) ao meio dia!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Passatempo "Tempos de Verão"

Há um novo passatempo!

Está a chegar a primavera, mas há quem pense já na praia, nas havaianas, nos bikinis. Nós, um passo atrás de toda a gente, ainda só pensamos na sala escura do cinema.

Juntem-se a nós e venham ver, amanhã, o filme Tempos de Verão, de Olivier Assayas, a antecipar o calor e o semicerrar de olhos causado pelo sol mais baixo e pela falta de definição, na nossa vista, da linha de bikini da jovem - mas não muito - que corre à beira mar.

O filme é no Nimas, às 21:45, mas convém estar lá um bocado antes para levantar o bilhete.

Os bilhetes serão sorteados aleatoriamente a quem enviar um email para cinema.paraist@gmail.com com o assunto "Passatempo Tempos de Verão".

Agora vou colocar aqui o poster, porque fica bonito:




















Boa sorte!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Festival Panorama

Olá,

De 13 a 22 de Fevereiro decorreu no Cinema São Jorge a 3º Mostra do Cinema Documentário Português, vulgo Festival Panorama. Festival este que teve vários bons filmes em cartaz, sendo o mais conhecido o fantástico "Aquele Querido Mês de Agosto" de Miguel Gomes, um filme meio-ficção meio-documentário rodado no meio rural português (foi a candidatura portuguesa aos Óscares deste ano). Uma história de amor de aldeia com banda sonora sempre presente de música tradicional portuguesa, um argumento simples, interpretações genuínas e ridiculamente básicas (no bom sentido) torna este filme uma pérola incrivelmente cómica. Mas o mais genial é a forma como o filme se interliga com um making of do mesmo, cruzando realidade e ficção de forma fluída e fácil. Nota ainda para o facto do filme ter sido altamente elogiado pela famosa Cahiers du Cinema.

Outros filmes em cartaz:

"Da Vida das Bonecas" - Cada um é como cada qual.

Um filme divertido sobre pessoas com a "mania" do coleccionismo de bonecas. Neni Glock uma vez mais encontra o humanismo nos intervenientes sobre os quais faz documentários. Refiro o lado humano porque neste filme assim como em "A Fé de Cada Um", os indivíduos assumem as suas crenças com sinceridade, mostram as suas fragilidades e qualidades de um modo tão natural que nos sentimos voyeurs das suas vidas, das suas casas, dos seus jeitos e trejeitos.

"Aleluia" – Ainda bem que são apenas 9 minutos.

Ao assistirmos a este filme percebemos que é um exercício escolar. Fábio Ribeiro aborda um tema com um grande potencial, no entanto a forma como o faz é bastante primária. Apesar de se perceber que existem ideias, elas parecem não resultar. Trata-se de um documentário que vale apenas pelo seu registo.


(críticas do nosso convidado Vítor Hugo Costa, irmão do Jesus)


"O meu amigo Mike ao trabalho" - filme recomendadíssimo que já tinha estado em cartaz do último DocLisboa, podem ler a minha crítica aqui.


Bem haja,
jerónimo